Os casamentos entre pessoas do mesmo sexo registraram um aumento de 19,8% em 2022 em comparação com o ano anterior, alcançando um total de 11 mil registros, conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse é o maior valor registrado desde que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) determinou a obrigatoriedade dos cartórios em celebrar esse tipo de união, em 2013.

A pesquisa revela que a maioria dos casamentos entre pessoas do mesmo sexo foi entre cônjuges femininos, representando 60,2% do total. Apesar do crescimento significativo, essas uniões ainda representam apenas 1,1% do total de casamentos registrados no país em 2022, que alcançou a marca de 970 mil.

Embora os números de casamentos tenham apresentado um aumento nos últimos anos, ainda não retornaram aos níveis pré-pandemia. Klívia Brayner, pesquisadora do IBGE, destaca que a média de casamentos antes da pandemia, entre 2015 e 2019, era de mais de um milhão por ano, o que não foi atingido em 2022.

Além disso, a pesquisa também aponta para um aumento na idade dos cônjuges, com uma proporção maior de pessoas se casando após os 40 anos. As estatísticas revelam que as mulheres estão se casando em torno dos 29 anos, enquanto os homens em cerca de 31 anos.

Quanto aos divórcios, foram concedidos 420 mil em 2022, representando um aumento de 8,6% em relação ao ano anterior. A guarda compartilhada tem sido cada vez mais adotada, respondendo por 37,8% dos casos em 2022, comparado a apenas 7,5% em 2014.

Os dados do IBGE refletem as transformações sociais e legais ocorridas nas últimas décadas em relação ao casamento e à família. O aumento dos casamentos entre pessoas do mesmo sexo evidencia uma maior aceitação e reconhecimento dessas uniões pela sociedade e pelas instituições. Além disso, a mudança nos padrões de idade e a adoção da guarda compartilhada demonstram uma evolução nas concepções de relacionamento e responsabilidade parental no país.