Dia 20 de março de 2024, às 0h06 (horário de Brasília), deu-se início ao outono no Hemisfério Sul, estação que marca a transição entre o verão quente e úmido e o inverno frio e seco, especialmente no Brasil Central. Entretanto, contrariando as expectativas, o outono deste ano iniciou com um padrão climático surpreendente em todo o país, caracterizado por temperaturas recordes, mesmo após a quebra do padrão do El Niño.

O aquecimento global tem sido um fator significativo nesse fenômeno, resultando em temperaturas acima da média em praticamente todas as regiões do Brasil. Apesar disso, o outono traz consigo a esperança de frentes frias mais intensas e massas de ar polar, embora de forma mais branda do que nos últimos anos.

Para os agricultores, as condições climáticas atuais representam tanto desafios quanto oportunidades. Com a colheita da soja chegando ao fim e o plantio do trigo se iniciando, e o ciclo do milho safrinha em sua fase crucial, chuvas adequadas são essenciais para garantir o desenvolvimento das culturas.

Entretanto, as projeções indicam uma mudança na distribuição das chuvas, com expectativa de volumes abaixo da média em áreas do Centro-Oeste, Sudeste e sul da região Norte. Em contrapartida, prevêem-se precipitações mais frequentes nas regiões Norte e Nordeste. Apesar das incertezas quanto à distribuição das chuvas, o cenário climático atual não gera um alerta significativo para as lavouras, mas pode aumentar a demanda por irrigação, especialmente para o milho safrinha, enquanto o algodão pode se beneficiar do clima mais seco.

No sul do país, a finalização da safra de soja e os preparativos para as lavouras de inverno concentram as atenções dos agricultores. Apesar das chuvas dentro da média, o milho safrinha pode sofrer com a falta de umidade, enquanto o plantio do trigo enfrenta desafios devido às chuvas irregulares.

Projeções e expectativas por região:

Região Norte: Chuvas mais recorrentes na faixa norte da região, favoráveis para lavouras em desenvolvimento vegetativo, floração e enchimento de grãos. Destaque para o avanço do algodão durante esta estação.

Região Nordeste: Projeções de chuvas mais irregulares, limitando o potencial produtivo das culturas, especialmente do trigo. Clima mais seco pode ser positivo para lavouras de algodão, mas a restrição hídrica é uma preocupação devido às previsões de temperaturas mais elevadas.

Região Centro-Oeste: Mudança na distribuição dos volumes de chuva, com tendência de chuvas abaixo da média. Pode ser necessária mais irrigação para o milho safrinha, e as temperaturas mais elevadas aumentam a demanda hídrica.

Região Sudeste: Previsão de chuvas abaixo da média, afetando o potencial produtivo das culturas de inverno, como o trigo, e encurtando seu ciclo. A demanda hídrica aumenta devido às temperaturas elevadas.

Região Sul: Expectativa de chuvas dentro da média, mas mais irregulares, com preocupações direcionadas para o milho safrinha. Menor probabilidade de geadas prejudiciais às lavouras, mas atenção para o plantio do trigo, que pode sofrer com a falta de umidade no solo.