As negociações envolvendo a soja no Brasil ganharam impulso na última semana, impulsionadas por uma demanda crescente, principalmente no mercado externo. Isso resultou em uma elevação dos prêmios de exportação no país, algo que não era observado há oito meses, conforme avaliação do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).

O Centro de Estudos da Esalq/USP destacou também a valorização do dólar em relação ao real, o que tornou as commodities brasileiras mais atrativas para os importadores estrangeiros. O dólar atingiu o valor de 5,09 reais na quinta-feira, o mais alto desde 9 de outubro do ano passado.

Os prêmios da soja no porto de Paranaguá em relação ao contrato futuro da bolsa de Chicago variaram ao longo da semana, chegando a atingir 10 centavos de dólar/bushel positivos em alguns momentos. Para embarques mais próximos, como maio e junho, foram oferecidos prêmios positivos de até 15 e 20 centavos de dólar/bushel, respectivamente.

Apesar das variações, os preços da soja registraram aumento no mercado doméstico. Os Indicadores Esalq/BM&FBovespa - Paranaguá e Cepea/Esalq - Paraná apresentaram altas de 1,1% e 0,4%, respectivamente, de 4 a 11 de abril.

A elevação nos preços da soja no Brasil também foi impulsionada por dados indicando uma redução na produção nacional. A estimativa da Conab para a safra 2023/24 foi revisada para baixo, com um corte de 15,48 milhões de toneladas em comparação com a primeira estimativa, situando-se agora em 146,5 milhões de toneladas, 5,2% abaixo do recorde da safra anterior.

O aumento nas negociações de soja no Brasil reflete não apenas a demanda crescente, mas também a influência da valorização do dólar e a perspectiva de uma menor produção nacional. Esses fatores têm contribuído para uma elevação nos preços domésticos e nos prêmios de exportação, proporcionando um cenário favorável para os produtores brasileiros, enquanto o mercado global continua a demonstrar interesse pela commodity.